QUIROPRAXIA

O QUE É A QUIROPRAXIA

QUIROPRAXIA NA HISTÓRIA

A manipulação do corpo com o objetivo de restaurar a saúde e o bem estar físico se confunde com a própria história da cultura humana. As manipulações surgiram como um ato instintivo, na tentativa de aliviar dores e limitações articulares.

Inúmeros são os documentos que atestam que os mais diferentes povos, nas mais diferentes épocas, conheciam técnicas de manipulação que na verdade foram os primórdios do que hoje é a quiropraxia.
Gravuras rupestres nas cavernas do sul da França que remontam mais de 17.000 anos sugerem imagens de manipulações rudimentares.

Os indianos praticavam a chiksa hastha, uma técnica aprimorada de manipulação a mais de 5.000 anos e os chineses registraram o uso das manipulações por volta de 2.700 antes de Cristo.

Os astecas, os maias e os incas comprovam que faziam uso das manipulações através de desenhos encontrados em ruínas.
A cultura tibetana, nepalesa e os povos do norte da Índia, transpassam sua cultura por intermédio de um código chamado Paramparai, onde o conhecimento é passado de pai para filho e de mestre para discípulo oralmente, trazendo para os dias de hoje a tradição e a idoneidade de conhecimentos milenares, praticados pelos seus antepassados e dentre as técnicas terapêuticas estão às manipulações articulares e viscerais.

Hipócrates o pai da medicina, baseado no conceito de saúde holística, destaca em um de seus tratados médicos, as técnicas e apresso que sentia em relação aos seus antecessores na arte da terapia manual.
No decorrer da história com a queda do império romano e o início da era medieval, as técnicas manuais caíram em esquecimento, mantendo-se viva apenas no oriente longínquo.

História contemporânea

Dois ícones do renascimento das terapias manuais surgem no século XIX:

  • Andrew Taylor Still(1828-1917), foi cirurgião do exercito ocupando o posto de capitão na guerra da sucessão. Grande conhecedor das estruturas anatômicas criou a osteopatia.
  • Daniel David Palmer(1845-1913), nascido no Canadá é conhecido como o criador da quiropraxia, depois de examinar a coluna cervical de Harvey Lillar, porteiro do hospital onde o Dr Palmer trabalhava, que após um traumatismo cervical, tornara-se surdo. O Dr Palmer manipulou um “calombo” que havia se formado na região do pescoço e após tal manipulação o calombo se desfez e como conseqüência, alguns dias depois Lillard, voltava a ouvir. Assim nasceu a quiropraxia.

Após o acontecimento – manipulação feita por Daniel D. Palmer – a notícia se espalhou rapidamente, levando centenas de pessoas ao consultório do Dr.Palmer. Ajustando inúmeras articulações dia após dia, ocorriam novas curas e novas descobertas, cada vez surgindo novas manobras mais precisas e específicas.

Em 1906 fundou em Devamport, o College of Chiropractic, atualmente um dos maiores centros dos Estados Unidos.

Em 1913 a profissão foi regulamentada por lei no estado de Kansas e logo em seguida em todo o país.
Nos EUA a quiropraxia é uma profissão com status semelhante ao da medicina, existem mais ou menos 55.000 Doctors of chiropractic, sendo o segundo seguimento profissional mais importante na área da saúde: medicina, quiropraxia e odontologia.

O curso de quiropraxia nos EUA é de nível superior com carga horária de 6.000 horas distribuídos em 4 anos tempo integral.

Além de anatomia, fisiologia, biologia, dissecação, nutrição, etc, o curso inclui ciências clínicas: cinesiologia, diagnóstico, neurologia, radiologia e ciências humanas: sociologia, psicologia, além claro, das técnicas quiropráticas.

Coluna vertebral e subluxações

A medicina oriental costuma dizer, que uma das portas por onde entram as doenças no nosso organismo é a coluna vertebral. Esta frase é dita com muita propriedade, pois é através dos forames intervertebrais que saem os nervos que irão comandar todas às funções e relações do indivíduo com sigo próprio e com o universo que o cerca. Quando por algum motivo esses nervos sofrem qualquer forma de comprometimento, os resultados podem ser dramáticos; tanto a curto, quanto em longo prazo.

Todos os movimentos do corpo humano, só ocorrem por causa da sincronia dos músculos antagônicos, sempre que um músculo contrai, seu par antagônico relaxa e estende, possibilitando o movimento.
Os movimentos da coluna também obedecem a este princípio, onde através de flexões, extensões, rotações e inclinações, obtêm uma performance adequada às nossas atividades.

O problema é que inúmeros fatores podem interferir de forma acentuada neste mecanismo muscular relativamente sensível as intempéries da vida. Situações de estresse (tensão emocional, cansaço físico e mental, traumatismos biomecânicos, vida sedentária, obesidade, choque térmico e mais uma infinidade de situações) irão causar uma alteração no tônus muscular, que por sua vez, irá alterar o alinhamento da vértebra em relação ao eixo central da coluna. Este desalinhamento é chamado subluxação. O organismo cria reflexos de defesa para suportar o desconforto e a dor, pois o deslocamento de uma ou mais vértebras, acaba por causar uma compressão nas raízes nervosas; produzindo além da dor, uma adaptação inadequada da postura. Por isso acreditamos que na maioria das vezes, a má postura é conseqüência dos problemas na coluna vertebral e não a sua causa.

Os vícios posturais acabam sendo uma das primeiras conseqüências das subluxações que logo em seguida acabam atingindo os discos intervertebrais. O disco intervertebral é nutrido por um processo de osmose, pois este não é vascularizado. Quando ocorre um desalinhamento entre as vértebras, há um mau contato entre as fibras discais e a cartilagem do corpo vertebral, assim como o deslocamento do núcleo pulposo, que dificultará sua nutrição, o enfraquecimento do disco dará início a uma discopatia.

Com o enfraquecimento do disco e a diminuição do espaço intervertebral, ocorrerá uma aproximação das partes ósseas e para evitar que haja o encontro dessas partes, o organismo começa a depositar cálcio nas bordas do corpo vertebral, formando assim os osteófitos. A primeira instância, esses osteófitos irão ao caso de uma eventual falência da função discal, evitar que os forames intervertebrais diminuam seu diâmetro a ponto de comprometer as raízes nervosas e os vasos vitais.

Outro aspecto que devemos abordar é o de que a subluxação será responsável pelo fenômeno da hipomobilidade, onde por conseqüência do desconforto e da dor, a articulação perde sua capacidade de movimento individual, executando-o apenas em bloco. Por ser a coluna composta por articulações do tipo sinovial, depende de movimentos para estimular as glândulas sinoviais a produzirem a sinóvia que lubrificará toda a membrana hialina. A ausência dessa lubrificação na membrana hialina irá torná-la seca e o atrito ósseo, produzirá uma rugosidade no osso que é o primeiro passo para a ocorrência da artrose, que depois de desencadeada, torna-se irreversível.

Com a permanência da subluxação e o enfraquecimento do disco intervertebral, podem ocorrer traumatismos biomecânicos, assim como pressões contínuas (obesidade), sobre a articulação comprometida, podendo romper o anel fibroso, causando a proeminência do núcleo pulposo, dando origem a um prolápso discal (hérnia de disco).

No entanto, a ação mais comum das subluxações, diz respeito aos prejuízos neurológicos que causam. Os pinçamentos das raízes nervosas, diminuem os estímulos nervosos, comprometendo inúmeras funções do organismo, cuja sintomatologia não aparece como sendo originária da coluna vertebral. A subluxação é o agente desencadeador de uma enormidade de disfunções em todo corpo.

“O sistema nervoso controla e coordena todos os órgãos e estruturas do corpo humano” (Anatomia Gray 29 Ed., pág 4). O desalinhamento de vértebras e discos na espinha pode causar irritação ao sistema nervoso e afetar as estruturas, órgãos e funções. A quiropraxia é a arte de desbloquear tais desajustes.

Terapeuta responsável

Dr. Ronaldo G. Vaz de Carvalho

Fisioterapeuta

Membro da SBA (Sociedade Brasileira de Anatomia).

 

Terapeuta manual formado pela Intensive Training on Myofascial Trigger point and Proprioceptive Therapy, Hands-on, New York 10019.

 

Membro da Aliança do Yoga e International Yoga Federation, osteopatia craniana, criador da técnica do yoga visceral.